Quem Somos

A Revista recebe o nome de um Município de Alto Trás-os-Montes, região Norte de Portugal. Até 1286, o burgo era denominado por "Póvoa d´Álem Sabor" e foi rebatizado de Vila Flor por D. Dinis, Rei Poeta, quando de sua passagem por lá. Dizem que o rei ficara encantado pela beleza da paisagem. Nove anos mais tarde, manda erguer ao redor da vila, uma cinta de muralhas com cinco portas.

Quem nasce em Vila Flor, é vilaflorense. São as gentes do lugar, mais rural do que urbano, com suas quintas, azeites, vinhos de maçã, cães transmontanos... Montanhas, nevoeiros, terra seca.

Histórias que me foram contadas me levaram até lá um dia. Difícil chegar. Um ponto no mapa e uma placa de sinalização e só. Estradas estreitas, curvas e pouca visibilidade. No inverno, uma chuva fina ora me acompanha, ora cessa. O nevoeiro, sempre lá. E gentes viveram aqui na Idade Média...

A beleza dos textos que a compõem deu nome à Revista de Vila Flor. Trabalhos de professores e artistas que se aventuram a educar. A inspiração poética vem em palavras, imagens, movimentos. Marcados pelo legado recebido, por referências simbólicas num tempo em que tudo parece passar rápido demais. Olhar necessário para que o encanto não se perca.    

O vilaflorense aqui é aquele que voa fora da asa como diz da poesia, Manoel de Barros. Como da terra seca se fazer brotar oliva, dos significados se fazer emergir sentidos. E assim, as mulharas que guardam também se abrem. Nelas, as flores se enredam, o tempo se percebe, as histórias ficam nas gentes. E aquilo que não se quer, se vai.

Voar fora da asa é ver alteridade no mundo do mesmo. Dar a conhecer o que fomos e o que não fomos. E o que queremos ser. Revelar os segredos da História, das histórias dos mais simples. De nós mesmos.

Vilas Flores a serem descobertas.

Celina Fernandes